Na manhã deste domingo (3), um homem de 50 anos morreu ao tentar decolar em um speed fly — modalidade de voo de alta velocidade, praticada com um equipamento semelhante a um pequeno paraquedas. O acidente ocorreu na Pedra Bonita, em São Conrado, Zona Sul do Rio de Janeiro. Embora a prática de voo livre seja comum e controlada na região, esse trágico acidente reacendeu debates sobre a segurança de modalidades radicais.
Segundo relatos, vídeos mostram que o piloto realizou a decolagem por volta das 10h, mas, logo em seguida, perdeu o controle e desapareceu em meio à vegetação. A equipe do Corpo de Bombeiros foi acionada e, após quatro horas de busca, encontrou o corpo em uma área de difícil acesso, por volta das 13h40.
O Acidente: Decolagem e Queda
O vice-presidente do Clube São Conrado de Voo Livre (CSCLV), Bruno Menescal, lamentou o ocorrido e esclareceu que voos de parapente e speed fly na área são geralmente seguros e realizados por pilotos credenciados. O clube é o mais antigo do Brasil e possui rígidos protocolos de segurança, contando com instrutores especializados e uma equipe que atua diariamente na rampa de decolagem.
Ainda de acordo com Menescal, o homem chegou sozinho à Pedra Bonita, deixou sua motocicleta em um estacionamento no Parque Nacional e subiu a pé até a rampa de decolagem. Após lançar-se no voo, o piloto caiu de uma altura de aproximadamente 250 metros, o que causou sua morte instantânea.
Declarações e Impacto na Comunidade de Voo
A comunidade de voo livre do Rio de Janeiro, abalada pelo incidente, voltou a discutir a segurança das atividades de aventura e o uso adequado dos espaços regulamentados. De acordo com testemunhas que estavam próximas à rampa no momento do acidente, o piloto teria tropeçado em um buraco antes de se lançar no voo. Uma pessoa ainda tentou localizá-lo após a queda, mas não obteve sucesso. Menescal destacou que, embora os voos em speed fly e parapente possam ser seguros, o uso de equipamentos adequados e o suporte técnico são cruciais para evitar acidentes.
Voos Controlados e Segurança na Pedra Bonita
Na Pedra Bonita, o CSCLV controla o acesso à rampa de decolagem oficial. O clube exige que os praticantes realizem uma corrida para inflar o equipamento de sustentação e tenham licenças válidas. Esse controle é especialmente rigoroso para voos de parapente, que, segundo Menescal, são realizados com supervisão de instrutores credenciados e equipamentos devidamente registrados. Contudo, no caso deste incidente, o clube informou que o piloto não fez uso do espaço oficial do CSCLV e que, possivelmente, tentou a decolagem fora da área regulamentada.
A prática do speed fly é conhecida por ser uma das mais desafiadoras e arriscadas no voo livre, devido à alta velocidade e à proximidade com o terreno. Embora o parapente e a asa delta também sejam modalidades de voo livre, o speed fly exige habilidades avançadas e um ambiente controlado para que se minimize o risco de acidentes fatais. O CSCLV reforçou que a Pedra Bonita é um local onde a segurança dos praticantes é priorizada, e que incidentes como este são extremamente raros.
Procedimento de Resgate e Condições do Local
Após a queda, equipes dos quartéis do Corpo de Bombeiros do Alto da Boa Vista, Lagoa e Humaitá foram mobilizadas para o resgate. O corpo do piloto foi encontrado em uma área rochosa e de difícil acesso, o que complicou o processo de resgate. Os bombeiros removeram o corpo e o encaminharam para o Instituto Médico Legal (IML) do Rio de Janeiro, onde será realizada a perícia.
Para o vice-presidente do CSCLV, incidentes assim reforçam a importância do uso de áreas oficiais e de seguir orientações de segurança. Ele também relembrou que o clube oferece treinamentos e orientações aos praticantes de todas as modalidades de voo, buscando minimizar qualquer risco.
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Reflexões sobre a Segurança em Esportes Radicais
Este triste incidente levanta, mais uma vez, uma reflexão sobre os riscos e a segurança envolvidos nos esportes radicais. A busca por adrenalina e o contato com a natureza fazem com que atividades como o speed fly sejam cada vez mais populares, atraindo tanto praticantes experientes quanto iniciantes. No entanto, como reforçou Menescal, a prática dessas atividades em áreas controladas e com supervisão profissional é crucial para reduzir os riscos de acidentes graves.
Mesmo com a estrutura oferecida por clubes como o CSCLV, a segurança depende diretamente de cada praticante e do respeito aos protocolos estabelecidos. Em locais como a Pedra Bonita, onde os voos são uma atração regular, acidentes como este são raros, mas, quando acontecem, servem de alerta para a necessidade constante de cuidados. É essencial que os praticantes busquem se capacitar e respeitem as áreas regulamentadas, não apenas para a própria segurança, mas também para a preservação da prática e o bem-estar da comunidade.
Esse acidente nos lembra que, embora os esportes radicais ofereçam uma experiência de liberdade incomparável, a segurança nunca deve ser negligenciada.