Homem branco agride homem negro

Homem branco agride homem negro por R$ 10 em Itaúna, MG, e causa indignação

Uma agressão em Itaúna, no Centro-Oeste de Minas Gerais, gerou grande repercussão após um vídeo viralizar nas redes sociais. No dia 10 de novembro, José Maria Vilaça, um homem branco, brutalmente agrediu com cintadas nas costas Djalma Rosa da Costa, um homem negro. O agressor ofereceu R$ 10 para que Djalma o deixasse açoitá-lo com um cinto em frente a um bar na cidade. O vídeo, que só começou a circular recentemente, trouxe à tona um caso de tortura e racismo, gerando indignação em todo o país.

A agressão foi registrada durante uma “brincadeira”, como o agressor descreveu em entrevista. No entanto, as cenas mostraram algo muito mais grave, que rapidamente se tornou um símbolo de violência e preconceito. José Maria Vilaça foi preso preventivamente nesta quinta-feira (21) por racismo e tortura. O caso, além de chamar a atenção pela brutalidade, também reflete a continuidade de práticas racistas em pleno século XXI.


Agressão e justificativa do agressor: “Era só uma resenha”

Em entrevista à TV Globo, José Maria Vilaça tentou justificar o ato dizendo que tudo não passou de uma “resenha”. Ele alegou que tanto ele quanto Djalma eram usuários de drogas e que a agressão foi feita com o consentimento da vítima. “Eu tava numa resenha. Foi uma brincadeira. O problema foi o vídeo ter viralizado no Dia de Zumbi dos Palmares”, afirmou. Vilaça também pediu desculpas aos brasileiros e aos moradores de Itaúna, dizendo que demonstraria que “não passou de uma resenha”. No entanto, suas palavras não foram suficientes para diminuir a gravidade do ocorrido.

As imagens mostram o agressor tirando o cinto e dizendo que daria R$ 10 a Djalma para que ele permitisse a agressão. José Maria afirma que o dinheiro serviria para que a vítima comprasse drogas, justificativa prontamente refutada por representantes da sociedade, que denunciaram o ocorrido como racismo e abuso. Enquanto Djalma sofria a agressão, o vídeo registra risadas, o que aumenta ainda mais a indignação do público.


Repercussão e a resposta das autoridades locais

A repercussão do caso foi imediata, e a situação gerou protestos e declarações de indignação. O proprietário do bar em frente ao local da agressão disse não ter presenciado o ato, mas expressou revolta ao tomar conhecimento do ocorrido através da divulgação do vídeo. A Polícia Militar, que não foi acionada no dia da agressão, soube do fato ao assistir ao vídeo em 21 de novembro. A Polícia Militar soube do fato ao assistir ao vídeo em 21 de novembro, já que ninguém acionou a corporação no dia da agressão.

O delegado Leonardo Moreira Pio, responsável pela investigação, afirmou que o inquérito policial está em andamento e que o caso está sendo tratado com a seriedade que a situação exige. Além disso, a Comissão de Igualdade e Direitos Humanos da OAB de Divinópolis, por meio do advogado Maciel Lúcio, se manifestou sobre o ocorrido. Lúcio afirmou que o ato é “inadmissível em pleno século XXI” e destacou que o país ainda precisa trabalhar muito para combater o racismo.


Djalma: Vida após a agressão e apoio da Prefeitura

A vítima, Djalma Rosa da Costa, de 45 anos, recebeu apoio e assistência da Prefeitura de Itaúna após a agressão. A Prefeitura esclareceu que Djalma não é morador de rua, como foi inicialmente informado, e que ele mora com sua família. Djalma tem se submetido a acompanhamento para dependência química desde 1995 no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) de Itaúna.

A Prefeitura garantiu que acolheu Djalma no Caps após o ocorrido e que ele está recebendo suporte dos profissionais para superar os impactos da agressão. As autoridades locais informaram que Djalma recebeu orientações sobre as medidas necessárias para registrar o boletim de ocorrência e buscar justiça. Apesar de todo o sofrimento, ele foi descrito como estando bem durante sua visita ao Caps, com o apoio contínuo de sua família.


Ação necessária: Combate ao racismo e educação

O caso de Djalma Rosa da Costa reacendeu o debate sobre o racismo e a intolerância em Minas Gerais e no Brasil. Para muitos, o ocorrido não é apenas uma agressão física, mas um reflexo de atitudes preconceituosas enraizadas na sociedade. Organizações e movimentos sociais defendem que é essencial aumentar o combate ao racismo, não apenas com punições severas, mas também com educação e políticas públicas voltadas para a conscientização.

O advogado da OAB, Maciel Lúcio, afirmou que este caso é um retrocesso para a sociedade brasileira. “Não podemos permitir que atitudes assim sejam normalizadas. O país precisa de mais educação sobre igualdade racial e de políticas que protejam as vítimas de abusos como este”, destacou. A sociedade, em sua maioria, exige justiça para Djalma e para todos os negros que sofrem com a violência e o racismo no Brasil.

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